A porta que meu pai não conseguiu abrir

Oi,

Hoje de manhã fui na casa do meu pai para buscar uma porta.

Cheguei, bati no portão. Só ele estava em casa, minha mãe havia saído. O obstáculo, porém, veio antes que eu pudesse sequer colocar a mão na maçaneta.

A voz dele, do  lado de dentro, respondeu: “Já vou! Já vou!”

Mas o portão não se mexia.

Minutos se passaram. Dez, para ser exato. Nada.

A voz dele, antes clara, agora ficava mais fraca. Uma espera simples se transformou em uma angústia silenciosa.

Como a casa é de esquina, fui olhar pela fresta da grade. E lá, entre a porta da cozinha e o caminho para o portão, eu o vi.

Meu pai, caído no chão, com os braços tremendo, tentando se levantar. 

A imagem se misturou com a memória de ontem, quando ele fez aniversário de 74 anos. Todos estavam lá, netos, filhos, risadas. O primeiro pedaço do bolo foi para Lorenzo, meu filho. Meu pai, sorridente, forte.

Uma cena de alegria e vida, contrastando com a cena de fragilidade dele no chão. Como a alegria de um dia pode se tornar a aflição do outro.

Liguei rápido para minha mãe. Quando ela chegou, levantei meu pai, com cuidado, e o levei até o sofá. Somente então, notei o galo na testa, inchado, no canto esquerdo da testa. Na queda, a cabeça bateu no chão.

A consequência de um momento de fraqueza é a certeza de que a vida nos exige intercessão. 

Não devemos esperar que os milagres aconteçam, mas precisamos interceder para que eles aconteçam. Você é um intercessor. Por isso, reze.

Reze pelos que você ama. Família, amigos, até pelo colega de trabalho que te irrita. Deus escuta. 

Mais tarde, minha mãe o levou ao hospital. A consequência de uma queda pode ser grave.

Você precisa rezar pelas pessoas que você ama. O amor é um ato, e a oração, a expressão mais sincera do amor.

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