"Não acredito em Deus!": quando a birra desafia a fé

O meu filho Lorenzo é especialista em uma arte peculiar: reclamar. 

Aos 10 anos, contrariar é o seu lema, como se ter opinião própria dependesse de ir contra todo mundo. 

Ontem mesmo, ele reclamou que não está aprendendo na escola. Sugeri rezar e pedir sabedoria a Deus, e ele disse: "Eu acho que não acredito em Deus!", alfinetou. 

Fiquei pálido. 

Criado no lar católico, frequentando a igreja desde quando nasceu, como ele podia negar Deus?

Entendi logo que Lorenzo só queria contrariar. 

Na verdade, essa mania de contrariar é comum em crianças. Elas testam limites, buscam sua própria identidade e se rebelam contra o mundo dos adultos.

Até você já deve ter passado por isso. 

Lembra da sua fase adolescente? 

Quem nunca escolheu o time rival só para contrariar o pai? Ou se recusou a seguir uma tradição de família por pura birra?

Eu, por exemplo, passei a torcer para o Flamengo só pra irritar meu pai, botafoguense de carteirinha.

É normal querer seguir seu próprio caminho, mesmo que ele pareça diferente do que seus pais esperam. Mas cuidado! Nem toda escolha errada te leva ao caminho da felicidade.

Escolhemos, às vezes, o caminho errado, só por birra. Mas cada escolha tem consequências.

Lorenzo está aprendendo. 

Ele precisa aprender a decidir sem contrariar. E eu, preciso ter paciência com meu pequeno mestre da birra. 

Afinal, ser diferente não significa ser contra o mundo. É ser você mesmo, com suas crenças e vontades, sem precisar contrariar por birra.

Espero que ele encontre seu caminho, sem precisar negar tudo e todos.